domingo, 28 de outubro de 2007



Após algum tempo de ausência devido a outra ocupação (comunidade virtual S.O.S Cozinheiro), voltamos em força! Disponibilizamos aqui um comentário sobre aquele que é o mais famoso vídeojogo de futebol, Pro Evolution Soccer 2008.

Este novo capítulo da série de jogos “Winning Eleven”, produzido pela “marca” japonesa Konami, conhecido fora do Japão como “Pro Evolution Soccer”, traz várias novidades, melhorias técnicas e uma série de outros pormenores que o separam dos restantes jogos da série PES (Pro Evolution Soccer) e o colocam no mesmo patamar que o seu rival directo, FIFA 08.
Antes de avançar com a análise, convém dizer aos leitores que os que jogaram o anterior PES (6) devem esquecer o que jogaram e ver este novo 2008 como um upgrade ao PES 5- é um jogo totalmente novo e diferente.
Comecemos então pelas melhorias técnicas. Sendo este um jogo chamado “de nova geração” (por ser criado também para as novas consolas Xbox360, Playstation 3 e Wii), o motor gráfico foi renovado e resultou em estádios super-definidos, relvados extremamente realistas e um detalhe facial dos jogadores mais apurado que nunca —basta olharem para as caras dos jogadores da nossa selecção para ficarem boquiabertos, entre muitas outras. Claro que para usufruírem ao máximo destes gráficos, por exemplo, numa Xbox360, precisam de uma televisão de alta definição — mas mesmo sem esta é possível admirar com espanto toda a riqueza visual deste jogo. Um pormenor especial recai na possibilidade de ligar uma espécie de webcam à consola, tirar uma fotografia da nossa cara e posteriormente colocá-la num jogador criado por nós, algo que eleva o realismo deste jogo e a interactividade com o jogador a um nível nunca antes alcançado.
No departamento sonoro existe alguma melhoria, mas nada de significativo. As músicas que ouvimos ao percorrermos os menus já têm direito a nome e os efeitos dos jogos são os mesmos: o estádio canta incentivos à equipa e ouve-se cada toque que os jogadores dão na bola, ouvindo-se também os passos dos jogadores sobre o campo, dando mesmo a sensação de que estão a correr sobre a relva. A maior novidade sonora prende-se com a mudança de comentadores: os “veteranos” Peter Brackley e Trevor Brooking já não nos incomodam com os seus comentários repetitivos. Agora temos dois novos senhores ao microfone a documentar com precisão e maior espontaneidade o decorrer das partidas de futebol.
Passemos então ao campo da jogabilidade, e aqui sim está o verdadeiro festim deste jogo, onde há muitas melhorias. Os controlos são sempre os mesmos, mas existem agora novas fintas e dribles para encher o olho e “sentar” qualquer adversário: as mudanças de velocidade são agora um meio extremamente eficaz para tirar do caminho quem se vos opuser, desde que tenham um jogador habilitado para tal, e são estas mesmas mudanças de velocidade que introduzem a nova finta do jogo, a “revienga” que Cristiano Ronaldo tornou célebre e que consiste numa mudança de direcção rápida em que o jogador passa a bola por detrás de uma perna para o lado que pretende seguir. Há também a nova possibilidade de adiantar a
bola para um lado do adversário e correr à volta deste pelo outro lado para ir buscar a bola mais à frente, além de se poder simular faltas, ou seja, podemos atirar o nosso jogador “para a piscina”, numa tentativa de anti-jogo, que o árbitro é célere em punir com um cartão amarelo.
Os cruzamentos permanecem na mesma mas agora é mais fácil concretizar passes para a desmarcação, quer altos quer pelo chão. Os jogadores já não reagem nem se deslocam tão lentamente como no PES 6 e guardam melhor a bola, além de se desmarcarem melhor e rematarem com maior potência, o que torna muito mais fácil construir jogadas tanto de ataque como de contra-ataque. A novidade de maior relevo é a nova inteligência artificial dos adversários controlados pelo “computador”, que agora pensam através do Teamvision, o sistema criado pela Konami em que estes tomam consciência das jogadas que nós vamos trabalhando para posteriormente as impedirem, ou seja, se tentarmos sempre atacar da mesma forma, vamos começar a ver os passes a esbarrar num jogador adversário que imediatamente lança um contra-ataque rápido — colocando a nossa defesa (muitas vezes) em desvantagem numérica e que, se não forem habilidosos, resulta em golo.
A movimentação de alguns jogadores é algo desiquilibrada porque tanto uns se mexem exactamente como na realidade (Cristiano Ronaldo é um exemplo) como outros parecem “macacos corcundas” que correm de maneira esquisita; os guarda-redes defendem melhor e de maneira mais realista, saem da baliza nos lances um-para-um com maior eficácia, mas também “frangam” alguns remates fortes que sejam à figura.
Outra vertente é a licença das equipas. Podem novamente contar com a Ligue Orange francesa, a Eredivise holandesa, a Serie A italiana e La Liga espanhola devidamente licenciadas, as melhores (e também piores — agora até o Mantorras pode jogar pelo seu país) selecções nacionais do futebol mundial, algumas equipas europeias como Bayern de Munique, Celtic de Glasgow ou Lokomotiv de Moscovo (entre muitas outras), e os três “grandes” do futebol português: Porto, Benfica e Sporting estão lá, bem como os seus estádios — recriados ao mais ínfimo pormenor — e com os plantéis actualizados para a época 2007/2008.
O único “senão” desta panóplia de licenças é a (escandalosa) não-inclusão dos maiores emblemas ingleses… ainda não foi desta que tivemos a Premiership em PES, mas muito mau é o facto de nem Arsenal, Chelsea, Liverpool ou Manchester United (cujo melhor jogador é capa deste mesmo jogo!) estarem licenciados, pelo que é necessário mudar o nome das equipas e alterar os equipamentos para algo mais próximo da realidade, caso sejam assim tão perfeccionistas. O que vale é que o modo de edição está bem mais completo que em PES 6 para a versão XBOX360 e podemos mudar jogadores de equipa, mudar os nomes das ligas e taças, bem como dos estádios, e alterar os “onzes” de todos os emblemas presentes no jogo, além de outras possibilidades.
No fundo, e agora estabelecendo uma comparação séria com PES 6 — cujo ritmo de jogo era lentíssimo, os encontros extremamente frustrantes, onde abundavam faltas por tudo e por nada e os golos eram escassos
— este Pro Evolution Soccer 2008 é o verdadeiro festival do futebol: um jogo atractivo, intenso, poderoso e fulminante onde os golos são bonitos e as partidas tomam contornos tão emotivos como tácticos. É o futebol virtual no seu expoente máximo!

Chutando noutra direcção,
até à próxima

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